Curas

É falso que vacina da Pfizer causou a morte de seis voluntários

By 16/12/2020janeiro 6th, 2021No Comments

Por Aos Fatos

Não há evidências de que as mortes de seis voluntários ao longo dos testes da vacina contra Covid-19 da Pfizer foram causadas pela imunização. Quatro desses óbitos foram de pessoas que estavam no grupo de controle, que recebe um placebo, e não foram encontrados indícios de que os outros dois casos tenham relação com o medicamento, segundo a FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora dos EUA).

A falsa informação (veja aqui) aparece em mensagem no Facebook publicada no dia 9 de dezembro e que já foi compartilhada mais de 1.600 vezes. Os conteúdos foram marcados com o selo FALSO na ferramenta de verificação da plataforma (saiba como funciona).


FALSO

A Vacina da Pfizer utiliza a tecnologia de RNA Mensageiro – algo NUNCA utilizado em massa em população de país algum. Até aqui, ocorreram 6 mortes com a vacina, mas ‘as pessoas não precisam se preocupar, tá tudo certo, viu?’. Que alívio, hein… #SQN

Circula nas redes sociais uma mensagem enganosa que diz que a vacina contra a Covid-19 produzida pela Pfizer e pela BioNTech teria sido responsável pela morte de seis pessoas. As postagens citam como fonte da informação a revisão publicada pela FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora americana) sobre a imunização, mas omitem que quatro dessas seis mortes ocorreram no grupo de controle e que a própria agência não encontrou correlação entre os outros dois óbitos e a vacina.

Conforme pode ser verificado no documento original, a FDA aponta que seis dos 43.448 voluntários dos testes morreram, sendo que dois deles estavam no grupo que recebeu o imunizante e quatro no do placebo. Segundo o documento, uma das mortes registradas no grupo que tomou a vacina foi causada por parada cardíaca 62 dias após a segunda dose e a outra, por aterosclerose ⏤ acúmulo de gordura em uma artéria ⏤ três dias após a primeira dose. Os dois voluntários tinham mais de 55 anos.

A FDA afirmou no documento que “todas as mortes representam eventos que ocorrem na população geral das faixas etárias em que ocorreram, em taxas semelhantes” e que não há relação entre a imunização e as fatalidades.

Poucos dias após a publicação do documento, os EUA aprovaram o uso emergencial da vacina da Pfizer, com o aval da FDA. Iniciada na última segunda-feira (14), a vacinação pretende atingir 20 milhões de americanos no primeiro mês de aplicações.

Vacinas de RNA. É verdadeira, no entanto, a informação de que o imunizante da Pfizer utiliza uma tecnologia que ainda não tinha sido aplicada em humanos. A técnica de usar moléculas de DNA ou RNA do Sars-CoV-2 foi adotada por algumas farmacêuticas por ser um método mais rápido de produção de vacinas.

A tecnologia em si não é nova: ela vem sendo pesquisada desde a década de 1990 e foi estudada para combater outras doenças, como gripe, zika e raiva.

Origem. A mensagem enganosa foi publicada pelo médico e editor do site Manhood Brasil, Alessandro Loiola, em seu perfil no Facebook, no dia 9 de dezembro. O Aos Fatos entrou em contato com o médico pelo e-mail de contato disponibilizado em seu portal, para que ele pudesse comentar a checagem, mas não recebeu resposta até a publicação.

Desinformações semelhantes circulam nas redes americanas desde a publicação do documento da FDA. Uma delas foi desmentida pelo Politifact e pela Reuters. No Brasil, o Estadão Verifica também publicou uma checagem sobre o assunto.

Referências:

1. FDA
2. G1
3. Ibict
4. CDC